A 25ª edição do Big Brother Brasil encerrou sua temporada deixando um gosto amargo para o público e, principalmente, para a TV Globo. Mais do que ser considerada uma das piores edições da história do programa, a sensação geral é de que o formato está desgastado. Talvez não seja o fim do reality em si, mas é evidente que o modelo atual, especialmente no que diz respeito ao sistema de votação, precisa ser urgentemente revisto.

O mecanismo que permite a vitória de participantes por meio de torcidas organizadas e votos em massa vem comprometendo a credibilidade do jogo. A atual dinâmica favorece apenas quem tem fãs mais engajados e dedos rápidos, o que acaba por afastar o telespectador comum — aquele que acompanha a trajetória dos participantes de forma mais espontânea e deseja um jogo equilibrado.

Mesmo com as tentativas de minimizar a situação, os discursos da emissora soam como um sinal de alerta. Atribuir os baixos índices de audiência à novela "Mania de Você", que antecede o reality, ou afirmar que os resultados comerciais foram satisfatórios, não convence o público — nem os anunciantes. Ao contrário, transmite a impressão de que a Globo está se acomodando diante do desempenho aquém do esperado.

A dúvida que paira agora é: o público vai querer investir mais três meses de atenção em um programa que perdeu a capacidade de surpreender e entreter? Com o desgaste visível do formato e a queda no impacto nas redes sociais, é provável que o engajamento continue diminuindo nas próximas edições.

A emissora, portanto, tem um desafio à frente: repensar o BBB. Atualizar o sistema de votação, trazer novidades que estimulem a audiência e, principalmente, resgatar o interesse genuíno do público. Porque, embora o anunciante possa parecer paciente, ele certamente não investe em formatos que já não entregam o retorno esperado.

Autor: Vinicius Moraes